Desvendando Daniel: o sonho que revelou o futuro

A história da humanidade relata que milhares de pessoas sempre quiseram conhecer o futuro. A busca contínua pelo que virá atravessa os séculos e nos dias de hoje é alvo constante de especulações de todas as partes. Muitos, no desespero de conhecer o amanhã, procuram o sentido da vida nos lugares errados e com as fontes erradas.Quantas páginas você gastaria para escrever a história da humanidade? Historiadores afirmam que precisariam em torno de seis mil livros para contar nossa história. Daniel 2 revela o passado, o presente e o futuro em apenas nove versos. Deus apresentou um esboço da história do mundo, cobrindo um período de 2.500 anos, desde os tempos de Daniel até os nossos dias.Em Sua Palavra, Deus revelou o futuro para todos os Seus filhos sem qualquer distinção, a fim de que tivéssemos tempo de nos preparar para o que logo virá.

Daniel 2:1: “No segundo ano do reinado de Nabucodonosor teve este um sonho; o seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o sono.”

No ano 603 a.C., Nabucodonosor, rei da Babilônia, preocupado com o futuro, teve um sonho impressionante. Mas ao acordar, esqueceu de tudo e, por isso, ficou muito perturbado.

Daniel 2:2: “Então, o rei mandou chamar os magos, os encantadores, os feiticeiros e os caldeus, para que declarassem ao rei quais lhe foram os sonhos; eles vieram e se apresentaram diante do rei.”

Daniel 2:3: “Disse-lhes o rei: Tive um sonho, e para sabê-lo está perturbado o meu espírito.”

Imediatamente, o rei mandou convocar ao palácio um grande grupo de “homens sábios” do reino. O problema é que ele não conseguia se lembrar de nenhum detalhe do sonho que lhe parecia de primordial importância.

Treinados e sustentados pela corte, os sábios diziam estar sempre em contato com os deuses. Possuíam um verdadeiro estoque de interpretações para sonhos. Eles tinham respostas para tudo; sempre na expectativa pelas ricas recompensas que receberiam. Mas, normalmente, extraíam previamente as informações suficientes para formar uma base para interpretações falsas, de caráter unicamente humano. Assim, se tão-somente o rei pudesse contar-lhes o sonho, o resto seria fácil.

Daniel 2:4: “Os caldeus disseram ao rei em aramaico: Ó rei, vive eternamente! Dize o sonho a teus servos, e daremos a interpretação.”
Daniel 2:5: “Respondeu o rei e disse aos caldeus: Uma coisa é certa: se não me fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas monturo;”

Daniel 2:6: “mas, se me declarardes o sonho e a sua interpretação, recebereis de mim dádivas, prêmios e grandes honras; portanto, declarai-me o sonho e a sua interpretação.”

Daniel 2:7: “Responderam segunda vez e disseram: Diga o rei o sonho a seus servos, e lhe daremos a interpretação.”

Daniel 2:8: “Tornou o rei e disse: Bem percebo que quereis ganhar tempo, porque vedes que o que eu disse está resolvido,”

Daniel 2:9: “isto é: se não me fazeis saber o sonho, uma só sentença será a vossa; pois combinastes palavras mentirosas e perversas para as proferirdes na minha presença, até que se mude a situação; portanto, dizei-me o sonho, e saberei que me podeis dar-lhe a interpretação.”

Daniel 2:10: “Responderam os caldeus na presença do rei e disseram: Não há mortal sobre a terra que possa revelar o que o rei exige; pois jamais houve rei, por grande e poderoso que tivesse sido, que exigisse semelhante coisa de algum mago, encantador ou caldeu.”

Daniel 2:11: “A coisa que o rei exige é difícil, e ninguém há que a possa revelar diante do rei, senão os deuses, e estes não moram com os homens.”

Daniel 2:12: “Então, o rei muito se irou e enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sábios da Babilônia.”

Daniel 2:13: “Saiu o decreto, segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram a Daniel e aos seus companheiros, para que fossem mortos.”

Os argumentos utilizados pelos “sábios” foram frágeis demais. Quando os adivinhadores insistiram para que o rei primeiro lhes contasse o sonho acabaram tocando num ponto delicado da questão. Nabucodonosor se irou.

Se eles se auto revelavam incapazes de lhe contar o sonho, seriam igualmente incapazes de lhe dar a interpretação correta. Foi nesse momento que o rei perdeu a paciência e os entregou aos cuidados do chefe da guarda, com ordens de executá-los.

Daniel 2:14: “Então, Daniel falou, avisada e prudentemente, a Arioque, chefe da guarda do rei, que tinha saído para matar os sábios da Babilônia.”

Daniel 2:15: “E disse a Arioque, encarregado do rei: Por que é tão severo o mandado do rei? Então, Arioque explicou o caso a Daniel.”

Daniel 2:16: “Foi Daniel ter com o rei e lhe pediu designasse o tempo, e ele revelaria ao rei a interpretação.”

Daniel 2:17: “Então, Daniel foi para casa e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros,”

Daniel 2:18: “para que pedissem misericórdia ao Deus do céu sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem com o resto dos sábios da Babilônia.”

O jovem Daniel pediu um prazo para dar a solução ao sonho do rei. Conseguido o prazo, foi para casa e junto com seus companheiros rogou a Deus misericórdia a fim de que não perecessem. Tanto em situações de emergência como em tempos normais, Daniel era um homem de oração. Há momentos, no entanto, em que há necessidade de companhia e comunhão na oração. Unidos em espírito, os jovens dobraram os joelhos rogando a Deus que, lá de cima, viesse a resposta. Grande parte do tempo solicitado foi gasto em oração ao único Deus que poderia prover a resposta.

A oração é mais do que algo que se precisa todos os dias; a oração é algo que se precisa o dia todo.

Daniel 2:19: “Então, foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; Daniel bendisse o Deus do céu.”

Daniel 2:20: “Disse Daniel: Seja bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque dEle é a sabedoria e o poder;”

Daniel 2:21: “é Ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; Ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes.”

Daniel 2:22: “Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com Ele mora a luz.”

Daniel 2:23: “A ti, ó Deus de meus pais, eu Te rendo graças e Te louvo, porque me deste sabedoria e poder; e, agora, me fizeste saber o que Te pedimos, porque nos fizeste saber este caso do rei.”

A primeira coisa que Daniel fez ao receber a revelação foi glorificar o Deus dos Céus. Muitas pessoas agem como cristãos quando se trata de pedir a bênção a Deus, mas agem como ateus quando se trata de agradecer-Lhe as bênçãos concedidas. O exemplo de Daniel nos mostra que devemos ser fiéis em todos os momentos.

Daniel 2:24: “Por isso, Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para exterminar os sábios da Babilônia; entrou e lhe disse: Não mates os sábios da Babilônia; introduze-me na presença do rei, e revelarei ao rei a interpretação.”

Daniel intercedeu por aqueles homens e o rei lhes poupou a vida. Quantas vezes os injustos são beneficiados pela presença dos justos! Se apenas dez justos pudessem ser encontrados em Sodoma, a multidão de perversos seria poupada por causa deles. Mesmo assim os perversos ridicularizam e perseguem exatamente aqueles por meio de quem muitas vezes suas vidas são poupadas.

Daniel 2:25: “Então, Arioque depressa introduziu Daniel na presença do rei e lhe disse: Achei um dentre os filhos dos cativos de Judá, o qual revelará ao rei a interpretação.”

Arioque tentou dar a Nabucodonosor a impressão de que ele estivera procurando alguém para interpretar o sonho do rei e, como resultado de sua diligente busca, finalmente encontrara. Ele estava ansioso para obter alguma vantagem do que aconteceria a seguir.

Daniel 2:26: “Respondeu o rei e disse a Daniel, cujo nome era Beltessazar: Podes tu fazer-me saber o que vi no sonho e a sua interpretação?”

O rei parecia estar questionando a habilidade de alguém tão jovem e inexperiente poder fazer aquilo que os seus veneráveis sábios não conseguiram.

Daniel 2:27: “Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O mistério que o rei exige, nem encantadores, nem magos nem astrólogos o podem revelar ao rei;”

Daniel 2:28: “mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios, pois fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser nos últimos dias. O teu sonho e as visões da tua cabeça, quando estavas no teu leito, são estas:”

Na presença do rei, Arioque atribuiu a si mesmo a totalidade do mérito de haver encontrado a Daniel. Por outro lado, o jovem hebreu nenhum mérito reclamou para si próprio, dispensando qualquer crédito pessoal pela revelação.

“Cuide dos pensamentos; eles se tornam palavras. Cuide das palavras; elas se tornam ações. Cuide das ações; elas se tornam hábitos. Cuide dos hábitos; eles se tornam caráter. Cuide do caráter; ele determina o seu destino.”

Daniel estava preparado para responder às perguntas do rei terrestre a respeito do sonho porque havia se comunicado primeiro com o Rei celestial. Devemos aplicar o mesmo princípio às nossas atividades da vida cotidiana, se quisermos ser vitoriosos.

Daniel não sentiu vergonha de confessar o seu Deus diante do rei. Mas explicou que não possuía qualquer sabedoria nem conhecimento superior como razão para o que diria ao rei. Atribuiu a revelação e sua explicação completamente a Deus.

O Senhor revelou a Daniel o significado do sonho de Nabucodonosor, e assim o disse:

Daniel 2:29: “Estando tu, ó rei, no teu leito, surgiram-te pensamentos a respeito do que há de ser depois disto. Aquele, pois, que revela mistérios te revelou o que há de ser.”

Daniel 2:30: “E a mim me foi revelado este mistério, não porque haja em mim mais sabedoria do que em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses as cogitações da tua mente.”

Daniel 2:31: “Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta, que era imensa e de extraordinário esplendor, estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível.”

Daniel 2:32: “A cabeça era de fino ouro, o peito e os braços, de prata, o ventre e os quadris, de bronze;”

Daniel 2:33: “as pernas, de ferro, os pés, em parte, de ferro, em parte, de barro.”

Daniel 2:34: “Quando estavas olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou.”

Daniel 2:35: “Então, foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a palha das eiras no estio, e o vento os levou, e deles não se viram mais vestígios. Mas a pedra que feriu a estátua se tornou em grande montanha, que encheu toda a terra.”

O rei nunca havia ouvido um milagre como esse. Ali estava alguém que podia tornar explícitas as particularidades de um sonho sem que tivesse recebido pista de ninguém. Na Antiguidade, as pessoas desenvolviam a adoração pública ajoelhando-se aos pés das imagens de seus deuses. Algumas dessas imagens eram muito grandes. Talvez tenha sido por essas duas razões que Deus decidiu revelar os eventos futuros ao rei pagão, utilizando a figura de uma imensa e deslumbrante estátua.

Daniel 2:36: “Este é o sonho; e também a sua interpretação diremos ao rei.”

Daniel 2:37: “Tu, ó rei, rei de reis, a quem o Deus do céu conferiu o reino, o poder, a força e a glória;”

Daniel 2:38: “a cujas mãos foram entregues os filhos dos homens, onde quer que eles habitem, e os animais do campo e as aves do céu, para que dominasses sobre todos eles, tu és a cabeça de ouro.”

Essa declaração torna evidente que a cabeça simbolizava o poderoso e magnífico Império Babilônico, rico em ouro. Mas a despeito de sua glória, esse império devia passar.

Daniel 2:39: “Depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de bronze, o qual terá domínio sobre toda a terra.”

O segundo reino seria a Medo-Pérsia, representada pelo peito e dois braços de prata da estátua – união entre medos e persas. Em 539 a.C., o general persa Ciro derrotou o Império Babilônico e estabeleceu a segunda potência universal.

O profeta de Deus antecipou o destino infeliz de Babilônia, enquanto essa ainda era a metrópole mais importante do mundo, sem qualquer perspectiva de ser destruída por agentes humanos. Em Isaías 45:1, temos uma profecia que, além de citar o nome de Ciro, menciona detalhes de como ele conquistaria a cidade de Babilônia.

Duzentos anos mais tarde, em 331 a.C., a Medo-Pérsia caía diante das forças da Grécia comandadas por Alexandre, o Grande. Esse império é representado pelo ventre e quadris de bronze da estátua. Mas esse também daria lugar a outro reino universal.

Daniel 2:40: “O quarto reino será forte como ferro; pois o ferro a tudo quebra e esmiúça; como o ferro quebra todas as coisas, assim ele fará em pedaços e esmiuçará.”

O ferro simbolizava o tremendo poder do “quarto reino” da Terra. O ferro é mais forte do que o ouro, a prata e o bronze. As duas pernas simbolizavam o quarto império: Roma Oriental e Ocidental. Depois da morte de Alexandre, seu império se enfraqueceu e foi dividido entre facções rivais, até que finalmente em 168 a.C., na batalha de Pidna, o “Império do Ferro”, esmagou a Grécia.

O Império Romano foi o que mais durou, o mais extenso e o mais poderoso. O imperador romano, César Augusto, era quem governava quando Jesus nasceu por volta de 2000 anos atrás. Cristo e os apóstolos viveram durante o período representado pelas pernas de ferro.

Daniel 2:41: “Quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte, de barro de oleiro e, em parte, de ferro, será esse um reino dividido; contudo, haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo.”

Daniel 2:42: “Como os dedos dos pés eram, em parte, de ferro e, em parte, de barro, assim, por uma parte, o reino será forte e, por outra, será frágil.”

Daniel 2:43: “Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo misturar-se-ão mediante casamento, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro.”

Aqui fica claro que não surgiria novamente um novo e grande império, mas divisões do quarto. Durante o quarto e o quinto séculos da era cristã, mais especificamente em 476 d.C., reinos bárbaros vindos do norte invadiram o decadente Império Romano, destruindo as barreiras.

Finalmente, dez das tribos ganharam a maioria do território ocidental de Roma, e dez nações distintas e independentes se estabeleceram dentro das fronteiras da Europa. Os dedos representavam as nações que deram origem à Europa atual. A História confirma que os reinos que resultaram da divisão do Império Romano foram os seguintes: francos (França), anglo-saxões (Inglaterra), alemanos (Alemanha), suevos (Portugal), visigodos (Espanha), burgundos (Suíça), lombardos (Itália) e os vândalos, hérulos e ostrogodos que mais tarde foram destruídos.

Daniel disse: “Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão mediante casamento, mas não se ligarão uns aos outros, assim como o ferro não se mistura com o barro.”

Durante anos, muitos homens tentaram unir esses reinos novamente para formar um quinto império universal, mas todos fracassaram. Os casamentos deram-se especialmente entre as casas reinantes. Quando irrompeu a 1ª Guerra Mundial, quase todos os monarcas da Europa eram parentes. A rainha Vitória da Inglaterra era chamada a “avó da Europa”, pois quase todos os reis pertenciam à sua dinastia. O rei da Espanha, o czar da Rússia, o rei da Inglaterra, o imperador da Alemanha, etc., todos eram parentes. Nessa guerra brigaram entre si tios, sobrinhos e avós. O resultado foi que quase todos os reinos caíram e foram substituídos por repúblicas.

Alguns governantes tentaram em vão unir as nações da Europa: Carlos Magno, Luís XIV e Napoleão Bonaparte, da França; Carlos V, da Espanha; Guilherme II e Adolf Hitler, da Alemanha. Todas as tentativas foram frustradas.

Hitler foi o último que tentou unificar as nações da Europa por meio da 2ª Guerra Mundial (1939–1945). A História nos revela que todo o exército alemão foi derrotado pelo frio da Rússia. Por meio da natureza, Deus mostrou que nem Hitler, nem ninguém atrapalharia Seu plano. A profecia se mantém em pé: não se uniram!

Essa profecia nos garante que não haverá o quinto império mundial. Os impérios abrangidos pela estátua histórica foram quatro: Babilônia (605–539 a.C.); Medo-Pérsia (539–331 a.C.); Grécia (331–168 a.C.) e Roma (168 a.C.–476 d.C.). Foram esses os quatro impérios mundiais. Qualquer livro de História confirmará a seqüência e as datas.

O notável cumprimento dessa profecia constituiu uma prova evidente de que efetivamente “há um Deus nos Céus” que dirige todo o Universo, inclusive este planeta.

Daniel 2:44: “Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre,”

Daniel 2:45: “como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. O grande Deus fez saber ao rei o que há de ser futuramente. Certo é o sonho, e fiel, a sua interpretação.”

Estes reis são as divisões que surgiram com a queda do Império Romano – as atuais nações da Europa Ocidental. Vivemos no tempo dessas nações, no tempo representado pelos dedos dos pés da estátua e, por isso, concluímos que o reino de Deus está próximo.

A figura mais importante no capítulo 2 de Daniel não é Nabucodonosor, nem Daniel, tampouco a estátua. É a pedra.

Quem é a pedra? A Bíblia deixa claro que a pedra representa Jesus Cristo (Is 28:16; 1Co 10:4; Ef 2:20). O próprio Jesus confirmou isso em Lucas 10:17 e 18, usando o mesmo símbolo de Daniel. Ele disse a Seu próprio respeito: “A pedra que os construtores rejeitaram, esta veio a ser a principal pedra, angular.” Aqui Jesus Se refere a Si mesmo como sendo a pedra angular de Isaías. E prossegue: “Todo o que cair sobre esta pedra, ficará em pedaços [ou seja, converter-se-á]; e aquele sobre quem ela cair, ficará reduzido a pó.” A pedra que reduz a pó é a pedra sobrenatural de Daniel.

É importante relembrar que a pedra sobrenatural não feriu a estátua em sua cabeça de ouro (Babilônia), ou em seu peito de prata (Medo-Pérsia), tampouco em seu ventre e coxas de bronze (Grécia), ou mesmo nas pernas de ferro (Roma). A Bíblia diz que ela feriu a estátua nos pés e dedos, e que seria “nos dias destes reis”, ou seja, em nossos dias, que o Deus do Céu estabeleceria um reino que jamais será destruído.

Daniel 2:46: “Então, o rei Nabucodonosor se inclinou, e se prostrou rosto em terra perante Daniel, e ordenou que lhe fizessem oferta de manjares e suaves perfumes.”

Daniel 2:47: “Disse o rei a Daniel: Certamente, o vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos reis, e o revelador de mistérios, pois pudeste revelar este mistério.”

Daniel 2:48: “Então, o rei engrandeceu a Daniel, e lhe deu muitos e grandes presentes, e o pôs por governador de toda a província da Babilônia, como também o fez chefe supremo de todos os sábios da Babilônia.”

Daniel 2:49: A pedido de Daniel, constituiu o rei a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego sobre os negócios da província da Babilônia; Daniel, porém, permaneceu na corte do rei.”

Durante algum tempo, Nabucodonosor sentiu-se influenciado a reverenciar o único e verdadeiro Deus. A revelação do futuro do mundo fez com que um rei pagão se prostrasse em reverência ao Rei dos reis.

Não há mais como negar o poder de Deus a autenticar cada linha das Escrituras Sagradas. Nela se podem ver as próprias digitais do Senhor. O fato de que o sonho de Nabucodonosor se cumpriu ao pé da letra nos dá a garantia de que a parte que ainda falta [a pedra] também se cumprirá. A volta de Cristo a este mundo é o último evento dessa profecia a se cumprir.

A história do mundo se move para o glorioso alvo do quinto reino universal – o reino de Deus.

Por centenas de anos a prece “venha o Teu Reino” tem sido pronunciada por milhões de pessoas. Quando essa prece for respondida, a longa e escura noite de tragédias e tristezas terá fim para sempre. O eterno sonho de todo homem – paz e segurança – se tornará realidade, assim como o sonho de Jesus, que sempre foi o de morar conosco.

O maior motivo pelo qual Deus nos revelou o breve futuro é simplesmente porque Ele nos ama e quer que cada um de nós esteja preparado para viver em Seu reino eterno.

(Texto da jornalista Graciela Érika Rodrigues, baseado na palestra do advogado Mauro Braga.)

Pra você que não leu a primeira parte DANIEL segundo a Bíblia, acesse neste link.

DANIEL segundo a Bíblia

Desvendando Daniel – o exílio

O estudo verso a verso do livro de Daniel tem como objetivo revelar a história desse jovem hebreu que, com 18 anos de idade, foi levado preso para Babilônia e se tornou oficial do governo do Império Babilônico comandado pelo rei Nabucodonosor, sob a bênção e direção de Deus. O livro também revela como Deus protegeu e abençoou a vida desse jovem que sempre foi fiel aos princípios bíblicos. Ele foi usado pelo Senhor para revelar o significado de muitas profecias e deixar grandes lições.

O livro é dividido em duas partes: os capítulos de 1 a 6 tratam da parte histórica, e os capítulos 7 a 12, da parte profética. Os primeiros seis capítulos apresentam o conflito sobrenatural entre as forças do bem e do mal. Os demais revelam a tentativa humana de estabelecer um domínio mundial, perseguindo-se inclusive o povo de Deus.

Vale lembrar que este estudo é livre de qualquer opinião pessoal ou interpretações religiosas. Todos os significados de versos, datas e símbolos são retirados da própria Bíblia, confirmados pela história da humanidade.

As palestras serão ministradas semanalmente pelo advogado Mauro Braga (a semelhança do que ocorreu com a série Desvendando o Apocalipse) e os textos redigidos pela jornalista Graciela Érika Rodrigues.

Quem foi Daniel?

Daniel foi um jovem hebreu a quem Nabucodonosor, rei do Império Babilônico, levou como escravo de Jerusalém para Babilônia, no ano 605 a.C., no início dos 70 anos de cativeiro do povo de Israel. Junto à corte do rei, Daniel e mais três amigos hebreus destacaram-se por seus conhecimentos gerais. Deus permitiu que Daniel e seus companheiros fossem levados presos à Babilônia para que, vivendo em uma nação de idólatras, pudessem representar o Seu caráter.

Nascido de uma família judaica de alto nível e exilado em Babilônia no fim de sua adolescência, durante toda sua vida adulta Daniel desempenhou tarefas de estadista e consultor governamental. Os contatos diários com a política internacional fizeram com que seus escritos assumissem características de extraordinária praticidade. Foi, sem dúvida, marcante a forma como Deus conduziu as coisas, de tal modo que esse jovem prisioneiro viesse a se tornar o principal conselheiro do próprio rei que o levara para o cativeiro.

Daniel 1:1: “No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou.”

Nabucodonosor invadiu Jerusalém pela primeira vez no ano 605 a.C. Nos anos 597 e 586 a.C., seus exércitos invadiram a palestina novamente, sendo que nesta última ocasião, a cidade de Jerusalém foi destruída, inclusive o templo de Salomão. Daniel e seus companheiros estavam entre os presos da primeira invasão (605 a.C.).

Daniel 1:2: “O Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoaquim, rei de Judá, e alguns dos utensílios da Casa de Deus; a estes, levou-os para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e os pôs na casa do tesouro do seu deus.”

Após décadas de advertências, o Senhor permitiu a escravidão de Israel a fim de que Seu povo pudesse experimentar a diferença entre servir o Deus verdadeiro e servir ao paganismo. Também como punição pelas constantes apostasias de Israel.

Na época, o povo de Deus vivia em total desobediência (Dt 28-30). Os moradores de Judá se achavam tragicamente cauterizados em seus pecados. Muitos foram os pecados de Israel. Eles são revelados pelo profeta Jeremias (9:14; 17:19-27; 22:1-5; 28).

Resumidamente, foram: desonestidade, injustiça com os pobres, assassinato, transgressão do sábado, perseguição aos verdadeiros profetas, manifestação de favores para com os profetas que prometiam prosperidade sem condenar simultaneamente o pecado, e a adoração a Baal. A adoração a Baal envolvia uma série de “preferências sexuais” – antes do casamento, fora do casamento, homossexual e bestial.

Até mesmo depois de “entregar” os judeus a seus inimigos, Deus lhes concedeu uma nova oportunidade. Prometeu que depois de 70 anos de cativeiro, Ele tomaria providências para tornar possível o regresso deles à sua terra natal (Jr 25:11-12; 29:1).

Mesmo depois da haver “entregue” o reino de Judá como um todo, Deus permaneceu ao lado de Daniel como indivíduo. Deus tinha em mente que Seu povo se tornasse “luz dos gentios”. O Senhor almejava que eles testemunhassem perante outras nações acerca de Sua bondade e da sabedoria de Suas leis.

Foi o Senhor quem entregou Israel nas mãos de Nabucodonosor. O rei, porém, atribuiu a seus deuses a vitória sobre Jerusalém, e até colocou uma parte dos vasos sagrados do Templo na casa do seu próprio deus como reconhecimento da vitória obtida sobre o Deus de Israel. O principal deus da Babilônia era Marduk.

O fato de os hebreus estarem cativos em Babilônia e de os vasos da casa de Deus terem sido postos no templo dos deuses de Babilônia era orgulhosamente citado pelos vencedores como evidência de que sua religião e costumes eram superiores à religião e costumes dos hebreus.

Daniel 1:3: Disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, tanto da linhagem real como dos nobres,”

Daniel 1:4: “jovens sem nenhum defeito, de boa aparência, instruídos em toda a sabedoria, doutos em ciência, versados no conhecimento e que fossem competentes para assistirem no palácio do rei e lhes ensinasse a cultura e a língua dos caldeus.”

Daniel 1:5: “Determinou-lhes o rei a ração diária, das finas iguarias da mesa real e do vinho que ele bebia, e que assim fossem mantidos por três anos, ao cabo dos quais assistiriam diante do rei.”

Daniel 1:6: “Entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias.”

Entre os presos foram escolhidos alguns “jovens sem nenhum defeito”, para que fossem educados para ocupar importantes posições no governo de Nabucodonosor. Com objetivo de serem plenamente capacitados para a carreira, o rei deu ordens para que aprendessem a cultura e a língua dos caldeus e que, por três anos, lhes fossem asseguradas as vantagens incomuns da educação fornecida aos príncipes do reino.

Jerusalém ficava a aproximadamente 1.500 quilômetros de Babilônia. Provavelmente Daniel teve que andar a pé ao longo dessa estrada, acompanhando o exército, numa média de 25 quilômetros por dia. Isso significa que a viagem deve ter durado aproximadamente dois meses. A primeira visão que se tinha ao longe da cidade era exatamente a Torre de Babel.

Daniel 1:7: “O chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel, o de Beltessazar; a Hananias, o de Sadraque; a Misael, o de Mesaque; e a Azarias, o de Abede-Nego.”

Os nomes de Daniel e seus companheiros foram mudados para nomes que representavam divindades caldéias. Os hebreus tinham o costume de dar nomes aos seus filhos com significados especiais, normalmente nomes que representavam traços de caráter. O nome Daniel significava “Deus é o meu juiz”; o de Ananias “Dom do Senhor”; Misael significava “Aquele que pertence a Deus” e Azarias quer dizer “Quem Jeová ajuda”.

O rei não compeliu os jovens hebreus a renunciarem sua fé em favor da idolatria, mas esperava alcançar isso gradualmente. Dando-lhes nomes significativos de idolatria, levando-os diariamente a íntima associação com costumes idólatras e sob a influência de sedutores ritos do culto pagão, ele esperava induzi-los a renunciar à religião de sua nação e unir-se ao culto dos babilônios.

Tendo chegado ao colégio, os jovens descobriram que deveriam comer o alimento e beber o vinho que se servia na mesa do rei. Nabucodonosor pensava estar fazendo o melhor possível pelo bem-estar deles. Mas ocorre que a maior parte daquela comida era oferecida aos ídolos de Babilônia. O ato de comê-la constituía uma espécie de comunhão com os falsos deuses (Êx 34:15; 1Co 8:7; 10:14-22). Ingerir aquela comida era como oferecer homenagens aos deuses de Babilônia. Participar dos alimentos do rei significava estar ao lado do paganismo e desonrar os princípios da lei de Deus.

Por outro lado, Daniel e seus amigos sabiam que suas faculdades físicas e mentais seriam afetadas pelo uso do vinho (Lv 10:1-11).

Daniel 1:8: “Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se.”

Daniel poderia ter encontrado diversas desculpas plausíveis para violar os princípios divinos, mas não hesitou. A aprovação de Deus é mais importante do que os favores do rei. Ele decidiu permanecer firme em sua integridade, apesar das conseqüências.

Daniel 1:9: “Ora, Deus concedeu a Daniel misericórdia e compreensão da parte do chefe dos eunucos.”

Daniel 1:10: “Disse o chefe dos eunucos a Daniel: Tenho medo do meu senhor, o rei, que determinou a vossa comida e a vossa bebida; por que, pois, veria ele o vosso rosto mais abatido do que o dos outros jovens da vossa idade? Assim, poríeis em perigo a minha cabeça para com o rei.”

Daniel 1:11: “Então, disse Daniel ao cozinheiro-chefe, a quem o chefe dos eunucos havia encarregado de cuidar de Daniel, Hananias, Misael e Azarias:”

Daniel 1:12: “Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias; e que se nos dêem legumes a comer e água a beber.”

Daniel 1:13: “Então, se veja diante de ti a nossa aparência e a dos jovens que comem das finas iguarias do rei; e, segundo vires, age com os teus servos.”

Daniel 1:14: “Ele atendeu e os experimentou dez dias.”

Daniel 1:15: “No fim dos dez dias, a sua aparência era melhor; estavam eles mais robustos do que todos os jovens que comiam das finas iguarias do rei.”

Daniel 1:16: “Com isto, o cozinheiro-chefe tirou deles as finas iguarias e o vinho que deviam beber e lhes dava legumes.”

Daniel mostrou que tinha Integridade de caráter mesmo em terra estranha, com princípios pagãos e mundanos. Quantos transgridem os princípios de conduta para não serem mal vistos pelos amigos ou pela sociedade.

É importante observar que os jovens não permitiram que sua fidelidade nas convicções os tornasse arrogantes e descorteses. De modo muito polido, solicitaram ao chefe dos eunucos que lhes concedesse uma simples dieta vegetariana durante dez dias.

Daniel 1:17: “Ora, a estes quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em toda cultura e sabedoria; mas a Daniel deu inteligência de todas as visões e sonhos.”

Daniel 1:18: “Vencido o tempo determinado pelo rei para que os trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe à presença de Nabucodonosor.”

Daniel 1:19: “Então, o rei falou com eles; e, entre todos, não foram achados outros como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso, passaram a assistir diante do rei.”

Daniel 1:20: “Em toda matéria de sabedoria e de inteligência sobre que o rei lhes fez perguntas os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos e encantadores que havia em todo o seu reino.”

Nos tempos bíblicos, a palavra “profeta” não significava meramente uma pessoa capaz de predizer o futuro. Certamente os profetas bíblicos predisseram o futuro, e predições eram a especialidade de Daniel; mas a palavra “profeta” significa basicamente “uma pessoa que fala em nome de outra”. Os profetas da Bíblia falavam em nome de Deus. Eles tinham de comunicar a outros qualquer mensagem que, através do Espírito Santo, Deus lhes enviasse.

Por sua fidelidade, os quatros jovens foram altamente recompensados por Deus. O rei havia estipulado prazo para que os jovens aprendessem “a cultura e a língua dos caldeus”. Ao fim do prazo, o rei em pessoa os submeteu a um teste geral. O resultado foi que eles alcançaram avaliação dez vezes melhor do que a dos demais sábios do reino. Em razão disso, imediatamente eles “passaram a assistir diante do rei”, ou seja, receberam posições de responsabilidade no governo. Esse conhecimento não foi obra do acaso. Foi o resultado de estudo sob a orientação divina.

É bom lembrar que, entre os sábios da antiguidade, destacava-se Confúcio, que até hoje é respeitado como um grande filósofo. Ele foi contemporâneo de Daniel (551-479 a.C.). Portanto, na corte de Babilônia estavam reunidos representantes de todas as terras, homens do mais alto talento e dotados da cultura mais vasta que o mundo poderia oferecer; não obstante, entre todos eles os jovens hebreus não tiveram competidor.

Para obter a graça de Deus, precisamos desempenhar nossa parte. Sua graça é dada para operar em nós o querer e o efetuar, mas nunca como substituto de nosso esforço.

Assim como Deus chamou Daniel para testemunhar por Ele em Babilônia, Ele nos chama para sermos testemunhas Suas no mundo hoje. Tanto nos menores como nos maiores negócios da vida, Ele deseja que revelemos aos homens os princípios do Seu reino. Muitos estão esperando que uma grande obra lhes seja levada, ao mesmo tempo que perdem diariamente oportunidades para revelar fidelidade a Deus nas pequenas coisas. Daniel foi fiel em tudo, e Deus o abençoou.

Daniel 1:21: “Daniel continuou até ao primeiro ano do rei Ciro.”

Daniel viveu na Babilônia até 538 a.C., ou seja, aproximadamente a época em que se cumpriram os 70 anos da profecia de Jeremias 29:10. Uma das primeiras providências de Ciro, após a tomada de Babilônia, foi a emissão de um decreto que permitia a todos os exilados e descendentes o retorno a suas respectivas pátrias de origem, se assim o desejassem. Desse modo, não apenas aos judeus, como também aos demais povos que haviam sido escravizados por Nabucodonosor, foi concedida a liberdade.

Mais tarde, Ciro permitiu também que retornassem a seus países de origem todos os deuses que haviam sido tomados por Nabucodonosor. No caso dos judeus, que evidentemente não possuíam uma imagem do Deus verdadeiro como objeto de adoração, esse decreto significou o retorno de todos os utensílios sagrados do templo e até mesmo a promessa de reconstruir o templo de Jerusalém às expensas do Império.

Daniel viveu por muito mais tempo ainda. Sua última visão está datada no terceiro ano do reinado de Ciro (Dn 10:1), sendo que nessa ocasião o profeta deveria estar com aproximadamente 87 anos de idade. Nessa época, Daniel já se encontrava demasiadamente idoso para valer-se da oportunidade de retornar à sua pátria.

Esse capítulo mostra Deus em ação. Deus “entrega” os judeus com o propósito de abrir-lhes os olhos para as conseqüências de sua rebelião. O objetivo era conduzi-los a um estilo de vida melhor. Deus “concedeu” a Daniel o auxílio necessário para transformar um jovem exilado num competente administrador público e conselheiro.

Por meio dos quatro jovens hebreus, Deus pôde cumprir Seu propósito. A vida de Daniel e seus companheiros é uma demonstração do que o Senhor fará pelos que buscam de todo o coração realizar o Seu propósito.